Os analistas do mercado financeiro reduziram pela terceira semana consecutiva suas projeções para a inflação no Brasil em 2024. A taxa segue dentro da meta definida para o ano, algo que é muito positivo para o país, uma vez que reflete o fortalecimento da economia brasileira.
De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta terça-feira (5) pelo Banco Central (BC), a inflação no Brasil deverá ficar em 3,76% neste ano. A taxa é levemente menor que a projetada na semana anterior (3,80%) e segue dentro do limite estabelecido para a inflação em 2024.
A propósito, o BC divulga semanalmente as projeções dos analistas em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em resumo, estes dados refletem a situação atual do país e mostram quais deverão ser os próximos passos dados pela economia brasileira e os desafios que ela deverá enfrentar.
Dados econômicos fortalecem queda da inflação
Os analistas do mercado financeiro ficam atentos a todos os dados divulgados no país. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, na comparação com o ano anterior.
O resultado foi levemente menor que o avanço registrado em 2022, de 3,0%, mas superou significativamente as estimativas que os economistas fizeram no início do ano passado. Isso porque os analistas do mercado financeiro acreditavam que a atividade econômica do país cresceria apenas 1,0% em 2023, mas o avanço foi bem mais intenso.
A propósito, o PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país e tem como principal objetivo medir a evolução da economia. Em valores correntes, a atividade econômica brasileira totalizou R$ 10,9 trilhões no ano passado.
Além disso, a desaceleração da inflação em 2023 segue em curso neste ano, fortalecendo o otimismo dos analistas em relação ao desempenho da economia brasileira em 2024.
BC tenta cumprir a meta da inflação
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%. Logo, as projeções dos analistas, de 3,76%, estão dentro do limite, dado muito positivo para o país.
Analistas elevam projeções para o PIB brasileiro
O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Pela terceira semana, o mercado elevou as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2024, de 1,75% para 1,77%.
Apesar do avanço, o crescimento do PIB deverá se manter distante da alta registrada em 2023. Ainda assim, o resultado pode crescer ainda mais, isso porque, nos últimos tempos, as projeções de analistas estão ficando cada vez mais otimistas em relação ao desempenho do PIB brasileiro em 2024.
Já para 2025, as estimativas não tiveram alterações, permanecendo estáveis em 2,00%. A alta estimada para o ano que vem é superior à projetada para 2024. Aliás, a taxa não costuma apresentar grandes variações porque os analistas ficam mais atentos ao desempenho do ano vigente, e porque grande parte dos impactos na atividade econômica do país no ano seguinte ainda ou vão acontecer.
Taxa de juros no Brasil se mantém estável
Por fim, os analistas mantiveram estáveis as estimativas para a taxa Selic, em 9,00% neste ano. Nos últimos meses, o BC promoveu cortes de meio ponto percentual na Selic, totalizando uma redução de 2,5 pontos percentuais entre agosto do ano passado e fevereiro deste ano. Agora, a taxa de juros está em 11,25% ao ano.
O BC promoveu a redução mais recente, seguindo a política menos contracionista de juros. Nas três últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, houve cortes de meio ponto percentual em cada uma delas, e a expectativa é que haja uma nova redução de mesma magnitude no próximo encontro do Copom.
Para 2025, a taxa de juros deverá encerrar o ano em 8,50%, patamar praticamente idêntico ao que deverá ser observado no final deste ano. Isso mostra que o BC deverá pisar no freio, parando de cortar os juros em 0,50 ponto percentual em todas as suas reuniões.