A taxa de desemprego foi a 7,6% no trimestre móvel de novembro de 2023 a janeiro de 2024. O mercado de trabalho brasileiro continua apresentando uma recuperação firme nos últimos meses, refletindo o bom momento do governo Lula.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego se manteve estável em relação ao trimestre móvel anterior (7,6%).
“Há uma tendência sazonal. Em alguns anos, essa sazonalidade pode ser maior, ou menor. Nessa entrada do ano de 2024, o que a gente percebe é uma estabilidade, justamente porque a população desocupada não teve expansão tão significativa nesse trimestre encerrado em janeiro de 2024“, explicou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
População desocupada totaliza 8,3 milhões
A taxa de desocupação se manteve estáveis em relação ao trimestre móvel anterior. Já na comparação com o trimestre encerrado em novembro de 2022 (8,1%), a taxa teve uma queda ainda maior, de 0,5 ponto percentual (p.p.). Estes resultados refletem a melhora do mercado de trabalho brasileiro.
Vale destacar que a população desocupada totalizou 8,3 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em janeiro. Isso representa uma forte queda de 7,8% em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2023 (menos 703 mil pessoas).
Os dados dos últimos meses estão sinalizando a redução da quantidade de pessoas sem um trabalho no país. No entanto, os números ainda estão elevados, ao menos para uma grande economia como o Brasil. Por isso que o governo espera a continuidade de dados positivos em 2024.
População ocupada do Brasil supera 100 milhões
A PNAD Contínua revelou outros dados referentes ao mercado de trabalho brasileiro. A saber, a população ocupada somou 100,593 milhões entre novembro de 2023 e janeiro deste ano, número 0,4% maior que o do trimestre móvel anterior (mais 387 mil pessoas).
Na comparação com o trimestre encerrado em janeiro de 2023, houve um crescimento de 2,0% da população ocupada (mais 1,957 milhão de pessoas). Em resumo, o crescimento mais intenso na base trimestral refletiu os números mais fracos nos primeiros meses do governo Lula, em comparação aos últimos meses do ano passado.
“Na série histórica da PNAD Contínua, costumamos ter uma estabilidade da população ocupada no trimestre encerrado em janeiro, ou até mesmo uma queda dessa população, fato que não está ocorrendo agora, em 2024. Pelo contrário, vemos uma expansão da ocupação“, ressaltou Beringuy.
A PNAD ainda mostrou que o nível de ocupação ficou estimado em 57,3%, mantendo-se estável na comparação com o trimestre móvel anterior (57,2%). Já na base anual, o indicador subiu 0,6 p.p. (56,7%). A propósito, nível de ocupação se refere ao percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar.
Desalentados somam 3,6 milhões no Brasil
O levantamento do IBGE ainda revelou que a população desalentada no Brasil somou 3,6 milhões no período. Esse número não apresentou variação significativa em relação ao trimestre móvel anterior, mas teve forte queda de 9,8% em um ano (menos 388 mil pessoas).
O IBGE explica que a população desalentada é formada por pessoas que estavam fora da força de trabalho do país devido a alguma das seguintes razões:
- Não conseguia trabalho;
- Não tinha experiência profissional;
- Era muito jovem ou muito idoso;
- Não encontrou trabalho na localidade onde mora;
- Não teria condições de assumir a vaga caso conseguisse o trabalho.
Em outras palavras, os desalentados do país formam a parte da força de trabalho potencial. Isso quer dizer que eles poderiam trabalhar, mas não o fizeram devido a circunstâncias específicas.
Os dados também mostraram que o percentual de desalentados na força de trabalho atingiu 3,2% entre novembro de 2023 e janeiro de 2024. O nível não variou significativamente na base trimestral, mas caiu 0,4 p.p. na comparação anual.
Saiba mais sobre a PNAD Contínua
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. Isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em síntese, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país, desemprego, entre outros pontos.
Os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.