No início de 2024, os juros do cartão de crédito rotativo atingiram um alarmante patamar de 440% ao ano, gerando preocupações entre os consumidores. Essas taxas exorbitantes posicionam o cartão de crédito como um dos principais vilões das finanças pessoais.
Embora as altas taxas de juros sejam motivo de grande preocupação, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), representante do setor, argumenta que a situação não é tão grave quanto parece. Em uma recente apresentação, a entidade revelou o balanço do segmento referente a 2023, destacando que o rotativo do cartão de crédito representa apenas 2,4% do total das dívidas dos brasileiros.
Entretanto, os dados mostram que a taxa de inadimplência associada a esse produto de alto custo é significativamente superior à média de inadimplência observada entre os brasileiros. Isso sugere que, embora o montante total das dívidas do cartão de crédito rotativo possa parecer pequeno em comparação com outros tipos de endividamento, as consequências financeiras para os consumidores que recorrem a esse mecanismo de crédito são severas.
Distribuição da carteira de crédito
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o financiamento imobiliário representava 40,6% do saldo da carteira de crédito da pessoa física em dezembro do ano passado. Enquanto isso, os empréstimos consignados correspondiam a 24,5% desse total. Outras linhas de crédito somavam 11,3%, enquanto o empréstimo para compra de veículos alcançava 10,8%, e os créditos não-consignados totalizavam 10,3%.
Essa análise comparativa evidencia que os 2,4% de participação do rotativo do cartão de crédito parecem relativamente pequenos em relação a outras modalidades de crédito. No entanto, é crucial ressaltar que os custos associados a esse tipo de crédito são bastante elevados.
Recentemente, entraram em vigor regulamentações que impõem limites aos juros cobrados no rotativo do cartão de crédito. De acordo com as novas regras, os juros não podem ultrapassar 100% do valor total da dívida. Essa medida foi implementada com o objetivo de conter o crescimento descontrolado das dívidas nessa modalidade e proteger os consumidores de encargos financeiros excessivamente elevados.
Juros no cartão de crédito
Em sua mais recente divulgação de dados, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) também revelou uma tendência de queda no número de transações com cartão em que os clientes pagam juros ao longo dos anos. Segundo informações apresentadas referentes ao ano de 2022, a Abecs destacou que 25,1% das compras realizadas com cartão de crédito incorreram em cobrança de juros, seja no rotativo ou no parcelamento do cartão.
Essa análise aponta para uma diminuição gradual na frequência de transações com cobrança de juros em cartões, o que sugere uma possível mudança nos hábitos de consumo e na administração financeira dos consumidores. A preferência cada vez maior dos consumidores por compras parceladas sem a incidência de juros no cartão de crédito reforça essa tendência.
O parcelamento sem juros no cartão de crédito oferece aos consumidores a oportunidade de dividir o valor de suas compras em parcelas fixas, o que torna o pagamento mais previsível e acessível ao longo do tempo. Essa modalidade de pagamento proporciona uma maior flexibilidade financeira aos consumidores, permitindo a aquisição de bens de maior valor sem comprometer imediatamente o orçamento familiar.