Os brasileiros que pagam aluguel receberam uma notícia bastante positiva nesta quarta-feira (28). O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como inflação do aluguel, caiu em fevereiro, após três meses de alta.
Em resumo, o IGP-M recuou 0,52% neste mês, algo que já era esperado. Isso porque o indicador mostrou uma forte desaceleração em janeiro, quando a taxa caiu de 0,74% para 0,07%. Já o resultado de fevereiro mostrou que os preços do aluguel ficaram mais baratos, aliviando um pouco o orçamento das famílias brasileiras.
Cabe salientar que o IGP-M caiu 3,18% em 2023, dando um alívio ao bolso dos consumidores do país. A redução foi completamente diferente do resultado observado em 2022, quando os preços do aluguel subiram 5,45%, refletindo o bom momento para os brasileiros.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta terça-feira (30).
Entenda o indicador que mede a inflação do aluguel
Em síntese, o IGP-M funciona como um indexador de contratos, incluindo os de locação de imóveis. No entanto, o índice não fica limitado a aluguéis, pois também é utilizado para reajustes de contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo.
Além disso, o indicador também influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde. Em outras palavras, o IGP-M é muito importante para diversos segmentos da sociedade, influenciando-os de maneira direta.
Com o acréscimo do resultado de fevereiro, o índice passou a acumular uma queda de 3,76% nos últimos 12 meses. Isso quer dizer que os preços de locação de imóveis estão mais baratos que há um ano, para alegria das pessoas que vivem de aluguel no país.
Inclusive, o IGP-M acumulava um avanço firme de 1,86% nos últimos 12 meses até fevereiro de 2023, resultado bem diferente do atual. Logo, a população que vive de aluguel continua se beneficiando com preços mais acessíveis, na comparação com os meses anteriores.
IGP-M abrange três índices
Em suma, a variação do IGP-M se dá por três indicadores:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Em fevereiro, todos os três indicadores desaceleração, na comparação com outubro. Esse resultado manteve o IGP-M no campo negativo, representando a perda da força dos preços. Entretanto, apenas um componente ficou negativo no mês.
Preços ao produtor caem em fevereiro
Em resumo, o IPA exerce o maior impacto no IGP-M, respondendo por cerca de 70% do índice. Por isso, o indicador considerado a inflação do aluguel tende a apresentar variações semelhantes a do IPA.
Em fevereiro, o IPCA caiu 0,90%, intensificando a queda vista em janeiro (-0,09%). O resultado aconteceu, principalmente, por causa da queda de 2,67% dos preços das matérias-primas, após alta de 0,49% registrada em janeiro.
Veja abaixo as variações registradas em janeiro e fevereiro de itens muito importantes, que puxaram o IPA para baixo:
- Soja em grão: -5,98% para -14,18%;
- Milho em grão: 6,22% para -7,11%;
- Minério de ferro: 2,87% para -1,22%.
“Apesar do El Niño ter prejudicado algumas safras brasileiras, não se observa uma redução generalizada na produção agrícola nacional“, disse o Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, André Braz.
“Contrabalanceando esse cenário, a ampliação da oferta global de grãos promete atenuar as pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos no Brasil, proporcionando um alívio moderado à inflação“, ponderou.
Índice ao consumidor tem leve desaceleração
Por sua vez, o IPC passou de 0,59% para 0,53%, desaceleração que foi provocada por três das oito classes de despesas pesquisadas pelo FGV IBRE.
O grupo educação, leitura e recreação exerceu o maior impacto, ao desacelerar de 2,11% para 0,11% entre janeiro e fevereiro, resultado que aconteceu devido ao item cursos formais, cujos preços passaram de 4,78% para 2,04%.
Os outros dois grupos que também apresentaram desaceleração nos preços foram alimentação (1,62% para 1,09%) e vestuário (0,16% para -0,17%). Os decréscimos foram provocados, principalmente, pelos itens hortaliças e legumes (12,41% para 7,10%) e serviços do vestuário (1,50% para 0,00%), respectivamente.
Inflação da construção fica praticamente estável
Por fim, o terceiro indicador que compõe o IGP-M registrou leve desaceleração em fevereiro. A saber, este é o componente que exerce a menor influência na inflação do aluguel.
O INCC variou 0,20% em fevereiro, desacelerando em relação a janeiro (0,23%). Em suma, o resultado do indicador foi enfraquecido pela variação de um dos três grupos componentes do INCC. As oscilações foram as seguintes: materiais e equipamentos (0,09% para 0,20%), serviços (0,20% para 0,49%) e mão de obra (0,42% para 0,16%).