O DOC (Documento de Ordem de Crédito), há décadas uma das principais formas de transferência bancária no Brasil, está prestes a acabar. De acordo com comunicado emitido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o fim do DOC está agendado para amanhã, dia 29 de fevereiro.
Após essa data, tanto pessoas físicas quanto jurídicas não poderão mais utilizar esse meio de pagamento para realizar suas transações financeiras. Essa decisão marca uma mudança no panorama das operações bancárias do país, forçando clientes e instituições financeiras a se adaptarem a alternativas mais modernas.
DOC perde espaço
A tradicional forma de transferência bancária, o DOC, criado em 1985 pelo Banco Central, estava enfrentando um declínio, conforme dados divulgados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Segundo a Febraban, o DOC perdeu relevância em meio a formas mais rápidas e econômicas de transferência de recursos, especialmente após o lançamento do Pix, em novembro de 2020.
O Pix revolucionou o cenário financeiro brasileiro, oferecendo transferências instantâneas e gratuitas, o que tornou o DOC menos atraente para os consumidores. Um levantamento realizado pela Febraban com base em dados divulgados pelo Banco Central revelou que as transações via DOC totalizaram apenas 18,3 milhões de operações no primeiro semestre de 2023.
Esse número representa apenas 0,05% do total de 37 bilhões de operações financeiras realizadas no mesmo ano. Diante desse cenário, o fim do DOC, marcado para o dia 29 de fevereiro, parece ser uma consequência natural da evolução do sistema financeiro brasileiro em direção a métodos mais eficientes e tecnologicamente avançados.
Diferenças entre os métodos de pagamento
O DOC e o Pix representam duas formas distintas de transferir dinheiro entre contas bancárias, cada uma com suas próprias características e funcionalidades. O DOC é um método tradicional utilizado há décadas no Brasil. No entanto, sua principal limitação é o tempo de processamento, que geralmente leva pelo menos um dia útil para ser concluído.
Além disso, as transferências via DOC estão sujeitas a horários bancários e não são processadas em feriados, o que pode ser inconveniente para os usuários que precisam de agilidade nas transações. Por outro lado, o PIX permite transferências instantâneas, ocorrendo em questão de segundos, a qualquer hora do dia ou da noite, todos os dias do ano, inclusive nos finais de semana e feriados.
Outra diferença significativa entre o DOC e o PIX está nos custos associados. Enquanto o DOC frequentemente implica em taxas para o remetente e/ou destinatário da transferência, o PIX é em grande parte gratuito, tanto para quem envia quanto para quem recebe o dinheiro. Além disso, o PIX oferece maior flexibilidade em relação aos limites de valor.
Devido às vantagens oferecidas pelo PIX em relação ao DOC, como a rapidez, disponibilidade 24 horas por dia e custos reduzidos, tornou-se evidente que o DOC estava perdendo espaço no cenário das transferências bancárias. A popularidade crescente do PIX entre os consumidores e empresas contribuiu para que o DOC se tornasse cada vez menos utilizado.
Diante desse contexto e da clara preferência dos usuários por métodos mais modernos, a decisão de encerrar o DOC foi tomada para promover a evolução do sistema financeiro brasileiro e incentivar a utilização de tecnologias mais avançadas. Assim, o fim do DOC reflete não apenas uma mudança nas preferências dos consumidores, mas também uma resposta à transformação digital no setor bancário.