A prévia da inflação veio mais fraca que o esperado em fevereiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,78% no segundo mês de 2024.
Em resumo, a variação acelerou fortemente em relação ao mês anterior (0,31%). Embora a inflação tenha mais que duplicado, a oscilação ainda foi menor que a média das estimativas de analistas do mercado financeiro, que acreditavam em uma alta de 0,82% no mês.
Como a inflação impacta a vida das pessoas?
Muitas pessoas não entendem bem o que significa inflação e qual a sua importância para o país. Em suma, o termo se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.
Por exemplo, a variação dos preços nos supermercados, nos postos de combustíveis e nas farmácias afeta a população brasileira. Quando os preços sobem, as pessoas precisam pagar mais caro para adquirir os itens. Por outro lado, quando os valores caem, os consumidores conseguem economizar um pouco.
Inflação também se refere às variações nos preços dos serviços, como energia elétrica e plano de saúde. Em outras palavras, o IBGE informa o comportamento dos preços de produtos e serviços no país, indicando quais grupos apresentaram as variações mais intensas em cada período.
De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos“.
Variação dos preços em fevereiro
O IBGE revelou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento dos seus preços em fevereiro, na comparação com o mês anterior.
Esse resultado vem se mantendo semelhante nos últimos meses. Isso porque, em dezembro e em janeiro, a inflação subiu em sete dos nove grupos pesquisados, ou seja, a alta dos preços segue disseminada no país. Entretanto, vale destacar que, a cada mês, um grupo exerce um impacto diferente.
Confira abaixo quais foram os grupos pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram em fevereiro:
- Educação: 5,07%;
- Comunicação: 1,67%;
- Alimentação e bebidas: 0,97%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,76%;
- Despesas pessoais: 0,46%;
- Artigos de residência: 0,45%;
- Transportes: 0,15%;
- Habitação: 0,14%.
De acordo com o IBGE, o grupo educação voltou a exercer o maior impacto no IPCA-15, de 0,30 ponto percentual (p.p.). O avanço respondeu por 38,5% da variação da inflação nacional (0,78%), impulsionando esta taxa.
No grupo, “a maior contribuição veio dos cursos regulares (6,13%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo“, informou o IBGE. Em síntese, as variações mais expressivas vieram de ensino médio (8,58%), ensino fundamental (8,23%), pré-escola (8,14%) e creche (5,91%).
Grupo alimentação também impulsiona IPCA-15
Em fevereiro, o segundo maior impacto veio do grupo alimentação e bebidas (0,20 p.p.). O avanço do grupo foi influenciado pela alimentação no domicílio, cujos preços subiram 1,16% em fevereiro, apesar de desacelerarem em relação a janeiro (2,04%).
Veja abaixo os alimentos que ficaram mais caros no Brasil em fevereiro:
- Cenoura: 36,21%;
- Batata-inglesa: 22,58%;
- Feijão-carioca: 7,21%;
- Arroz: 5,85%;
- Frutas: 2,24%.
Vale destacar que a alimentação fora do domicílio acelerou em relação a janeiro (0,24% para 0,48%). O avanço foi impulsionado tanto pela refeição (0,32% para 0,35%), quanto pelo lanche (0,16% para 0,79%).
Cabe salientar que apenas o grupo vestuário registrou queda nos preços em fevereiro (-0,39%). No entanto, o impacto no IPCA-15 foi de apenas -0,02 p.p., não influenciando de maneira significativa a taxa da prévia da inflação.
Inflação sobe em todos os 11 locais pesquisados
Em fevereiro, o IPCA-15 subiu devido ao aumento dos preços em todos os locais pesquisados pelo IBGE. Aliás, a taxa acelerou porque todos os 11 locais pesquisados registraram preços mais elevados de produtos e serviços.
Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.
Veja as taxas de agosto nos locais pesquisados pelo IBGE:
- Goiânia: 1,07%;
- Belo Horizonte: 1,02%;
- São Paulo: 0,93%;
- Salvador: 0,90%;
- Recife: 0,78%;
- Fortaleza: 0,75%;
- Rio Janeiro: 0,74%;
- Belém: 0,74%;
- Brasília: 0,59%;
- Curitiba: 0,54%;
- Porto Alegre: 0,11%.
“Quanto aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em fevereiro. A maior variação foi registrada em Goiânia (1,07%), por conta das altas da gasolina (7,28%) e dos cursos regulares (4,56%). Já o menor resultado ocorreu em Porto Alegre (0,11%), que apresentou queda nos preços da passagem aérea (-16,59%) e da gasolina (-1,59%)“, explicou o IBGE.