Os analistas do mercado financeiro reduziram pela segunda semana suas projeções para a inflação no Brasil em 2024. A taxa segue dentro da meta definida para o ano, algo que é muito positivo para o país, já que reflete o fortalecimento da economia brasileira.
De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta terça-feira (27) pelo Banco Central (BC), a inflação no Brasil deverá ficar em 3,80% neste ano. A taxa é levemente menor que a projetada na semana anterior (3,81%) e segue dentro do limite estabelecido para a inflação em 2024.
A propósito, o BC divulga semanalmente as projeções dos analistas em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em resumo, estes dados refletem a situação atual do país e mostram quais deverão ser os próximos passos dados pela economia brasileira e os desafios que ela deverá enfrentar.
Dados econômicos fortalecem queda da inflação
Os analistas do mercado financeiro ficam atentos a todos os dados divulgados no país. Em janeiro, o IPCA subiu 0,42%, abaixo da taxa de dezembro (0,56%). Apesar de ter desacelerado, a taxa veio acima das estimativas do mercado (0,34%). A propósito, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é a inflação oficial do país.
Em suma, a inflação elevada provoca uma desaceleração econômica, já que corresponde ao aumento nos preços de produtos e serviços. Como a taxa desacelerou, apesar de vir acima do esperado, os analistas seguiram reduzindo as seus projeções, segundo o relatório Focus.
Cabe salientar que o IBGE coleta os preços de diversos produtos e serviços e divulga as variações mensalmente, através do IPCA. Inclusive, o indicador é muito importante, pois diversas políticas públicas e a ações do Banco Central se baseiam na variação da inflação para definirem diretrizes e caminhos a seguir.
BC busca o cumprimento da meta da inflação
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%.
Analistas elevam projeções para o PIB brasileiro
O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Pela segunda semana, o mercado elevou as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2024, de 1,68% para 1,75%. Apesar do avanço, o crescimento do PIB deverá se manter distante do avanço registrado neste ano.
A saber, o IBGE irá divulgar os dados oficiais sobre o desempenho do PIB brasileiro no ano passado em março. A expectativa é que a taxa e crescimento tenha ficado próxima de 3,0%, bem acima do esperado para 2024. Aliás, a diferença deverá ocorrer, principalmente, por causa da forte base comparativa.
Já para 2025, as projeções não tiveram alterações, permanecendo estáveis em 2,00%. A alta estimada para o ano que vem é superior à projetada para 2024.
Taxa de juros no Brasil se mantém estável
Por fim, os analistas mantiveram estáveis as estimativas para a taxa Selic, em 9,00% neste ano. Nos últimos meses, o BC promoveu cortes de meio ponto percentual na Selic, totalizando uma redução de 2,5 pontos percentuais entre agosto do ano passado e fevereiro deste ano. Agora, a taxa de juros está em 11,25% ao ano.
O BC promoveu a redução mais recente, seguindo a política menos contracionista de juros. Nas três últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, houve cortes de meio ponto percentual em cada uma delas, e a expectativa é que haja uma nova redução de mesma magnitude no próximo encontro do Copom.
Para 2025, a taxa de juros deverá encerrar o ano em 8,50%, patamar praticamente idêntico ao que deverá ser observado no final deste ano. Isso mostra que o BC deverá pisar no freio, parando de cortar os juros em 0,50 ponto percentual em todas as suas reuniões.