Há alguns anos, ninguém informaria uma chave Pix quando questionado para onde mandar algum pagamento. As pessoas iriam informar dados bancários, como agência e conta. Entretanto, o país passou por uma grande mudança em 2020, e a realidade atual é completamente diferente de quatro anos atrás.
A saber, o Pix começou a funcionar oficialmente no Brasil em 16 de novembro de 2020, ou seja, em pouco mais de três anos. Neste curto período, o sistema ganhou uma popularidade impressionante no país, e sua utilização só fez crescer desde então.
Em resumo, a ferramenta realiza o pagamento instantâneo, tendo sido criada pelo Banco Central (BC) para agilizar e facilitar a vida do cidadão. Na prática, o sistema consiste na transação de valores financeiros entre contas em poucos segundos, a qualquer hora do dia.
Todas as movimentações acontecem independentemente do horário e da data, não importando se é dia útil ou feriado. Isso torna o Pix rápido e prático, sem contar que o sistema também é bastante seguro.
Brasileiros cadastram mais chaves Pix
Embora o Pix tenha uma aprovação muito grande no Brasil, várias pessoas ainda ficam preocupadas em relação ao cadastramento de uma chave Pix.
Em síntese, esse termo se refere à forma de identificar uma conta bancária e substitui o uso de informações como agência e conta, ou seja, as pessoas informam a chave para receber um pagamento ou uma transferência.
As pessoas também podem usar este dado para realizar a transferência. Por exemplo, para uma pessoa transferir algum valor para outro usuário precisará da chave, que identifica a conta. As chaves Pix podem ser:
- CPF ou CNPJ;
- Número de telefone;
- E-mail;
- Chave aleatória.
Características das chaves Pix
De acordo com o BC, as pessoas que possuem conta de Pessoa Física (PF) podem ter até cinco chaves Pix para cada conta. Assim, a pessoa poderá cadastrar cinco chaves aleatórias ou utilizar as demais chaves, que totalizam três, cadastrando outras duas aleatórias.
Já em relação às contas de Pessoa Jurídica (PJ), o BC permite o cadastro de até 20 chaves para cada titularidade. Como as empresas costumam ter uma movimentação financeira mais expressiva que as pessoas físicas, a autarquia permite o cadastramento de mais chaves.
Cabe salientar que não é possível cadastrar a mesma chave em mais de uma conta. Em outras palavras, a chave só pode estar associada a uma única conta. Logo, uma pessoa que utiliza o CPF como chave Pix de uma instituição não poderá usá-lo como chave em outra instituição.
Isso acontece porque o sistema do Banco Central precisa saber exatamente para qual conta o Pix deverá ser enviado ou de qual conta deverá ser feito o pagamento do valor. Dessa forma, não há risco de desconto ou pagamento para a conta errada.
Vale destacar que é possível fazer a portabilidade destas chaves Pix entre instituições, ao menos em relação a CPF, e-mail e número de telefone.
Chaves aleatórias são práticas e seguras
Já em relação às chaves aleatórias, as pessoas não precisarão informar qualquer dado pessoal, como CPF ou telefone celular. Em síntese, um código único de 32 caracteres com letras e símbolos é gerado aleatoriamente pelo Banco Central. Assim, esse código fica atrelado à conta que o criou.
A saber, esta opção surgiu para ser utilizada com QR codes gerados pelo aplicativo da instituição financeira. A pessoa que fizer um pagamento só precisará escolher a opção “pagar por QR code”, apontar a câmera do celular para a imagem disponibilizada e informar o valor do Pix. É uma maneira bem simples e rápida de transação.
Contudo, é importante ressaltar que a chave aleatória também poderá ser copiada e enviada por mensagem, assim como ocorre com as demais chaves Pix. Em contrapartida, as chaves aleatórias não permitem portabilidade.
Portanto, a pessoa que criar uma chave aleatória para uma instituição financeira não poderá utilizá-la ou fazer a portabilidade para outra instituição. Nesse caso, haverá a necessidade de criar uma nova chave.
De todo modo, as chaves aleatórias são as mais seguras para a população. Isso porque elas não revelam qualquer dado pessoal importante, protegendo os cidadãos de golpes de criminosos.
CPF como chave PIX é um grande risco
Apesar da possibilidade de usar chaves aleatórias, muitas pessoas acabam utilizando o CPF como chave, principalmente por causa da familiaridade com o documento. Entretanto, especialistas afirmam que o risco é muito elevado para os usuários que utilizam o documento como chave, pois a pessoa pode cair em golpes de criminosos.
Em suma, o indicado é utilizar outras chaves, como e-mail e telefone, ou até mesmo chaves aleatórias, quando a pessoa for realizar compras e pagamentos para estranhos. A principal dica é não utilizar o CPF discriminadamente, em todas as transações realizadas.
Como é possível cadastrar até cinco chaves Pix, o mais recomendado é informar o CPF apenas para pessoas mais próximas, de confiança. Aliás, nem é necessário cadastrar o CPF como chave. As pessoas podem utilizar as demais opções, como e-mail, telefone celular e chave aleatória, que não expõem um dado importante nas transações.
Por fim, os criminosos podem aplicar diversos golpes através do CPF, como a celebração de contratos no nome da pessoa, que pode gerar um grande prejuízo financeiro. Para não ter dor de cabeça futura, não use o CPF como chave Pix. Caso você já tenha uma chave com o documento, faça a sua exclusão e crie outra chave.