O rendimento dos trabalhadores do país atingiu uma marca expressiva em janeiro, sinalizando a melhora do piso dos profissionais. De acordo com o levantamento mensal realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o piso salarial médio do país foi de R$ 1.590,47 no primeiro mês de 2024.
Em síntese, o valor médio é “equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados”, segundo o Dieese. Entre os quatro setores econômicos pesquisados, dois deles tiveram resultados superiores à média nacional, para alegria dos trabalhadores. Por outro lado, as duas atividades restantes apresentaram números inferiores à média do país.
Veja abaixo os pisos salariais de cada um dos setores em janeiro de 2024:
- Rural: R$ 1.729,22;
- Serviços: R$ 1.609,92;
- Indústria: R$ 1.558,57;
- Comércio: R$ 1.529,90.
Cabe salientar que o setor de serviços é considerado o maior empregador do país. Em suma, os serviços respondem por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, indicador que se refere à soma de todos os produtos e serviços produzidos no país, quantificando a sua atividade econômica.
Portanto, o setor tem a maior importância para a economia do país. A propósito, o setor rural exerce uma influência bem menor no PIB brasileiro. Isso explica o fato de a média nacional ter ficado bem próxima do setor de serviços, em vez de qualquer outra atividade.
Reajustes salariais entre os setores econômicos
Embora os serviços tenham apresentado um piso médio salarial elevado em janeiro, foi a indústria que teve a maior proporção de reajustes acima da inflação do país no período, chegando a 89,2% do total dos reajustes. Já as negociações abaixo do INPC totalizaram apenas 4,8%, enquanto 6,0% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.
Com dados bastante semelhantes, os serviços registraram 82,4% dos reajustes acima da inflação em janeiro deste ano. Em contrapartida, o volume das negociações ficaram abaixo do INPC no período somaram 1,9%, enquanto os 15,7% restantes tiveram uma variação igual a da inflação.
Embora os dados da indústria e dos serviços tenham sido muito positivos, o comércio não conseguiu registrar resultados tão expressivos assim para os trabalhadores do país. Entretanto, os dados do setor ainda foram bons para os empregados.
Em suma, 72,0% dos reajustes do comércio ficaram acima da inflação, o que quer dizer que mais da metade dos trabalhadores do setor de serviços viram o seu poder de compra crescer no primeiro mês deste ano. De modo diferente, 12,0% das negociações ficaram abaixo do INPC e representaram perda real para o trabalhador dos serviços.
Já os 16,0% dos acordos e convenções restantes ficaram iguais ao INPC e também não resultaram em ganho real para os empregados do setor. Contudo, diferentemente dos reajustes abaixo da inflação, estes acordos não reduziram o poder de compra dos trabalhadores.
Inflação elevada reduz poder de compra
Para quem não sabe, a inflação é um dado muito importante para toda a população, mesmo que nem todos saiba disso. Em resumo, quando a taxa inflacionária do país está em um nível muito alto, o poder de compra do trabalhador fica reduzido, uma vez que as pessoas terão que gastar mais para comprar produtos ou contratar serviços.
Aliás, quando o INPC está muito elevado, os reajustes tendem a ficar abaixo do indicador, até porque a maioria dos patrões não irá aumentar de maneira expressiva os salários dos empregados, mesmo com a inflação elevada.
Vale destacar que o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Isso explica a importância desse indicador, tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores do país. A propósito, o INPC acumulado em 12 meses até outubro chegou a 3,82%.
Piso médio salarial nas regiões brasileiras
Além disso, o Dieese também revelou o piso médio nacional nas regiões brasileiras. A propósito, todos os dados divulgados pelo Dieese são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Veja abaixo os pisos salariais médios em cada região brasileira entre fevereiro de 2023 e janeiro deste ano:
- Sul: R$ 1.708,88;
- Centro-Oeste: R$ 1.652,43;
- Sudeste: R$ 1.577,24;
- Norte: R$ 1.557,25;
- Nordeste: R$ 1.499,77.