Nesta quinta-feira (22), a Receita Federal divulgou dados sobre a arrecadação da União no mês de janeiro, revelando um montante de R$ 280,63 bilhões em impostos e outras receitas. Este resultado marca uma leve alta em comparação com o mesmo período do ano anterior, representando um aumento real de 6,67% após ajustes pela inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Esse é o valor mais alto já registrado para o mês de janeiro desde o início da série histórica em 1995. Os detalhes sobre a arrecadação podem ser acessados através do site oficial da Receita Federal.
Arrecadação recorde de impostos
A arrecadação recorde da União em janeiro, divulgada hoje pela Receita Federal, foi impulsionada por uma série de fatores que contribuíram positivamente para o resultado. Alterações na legislação tributária e pagamentos atípicos tanto em 2023 quanto em 2024, especialmente no que diz respeito ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), tiveram um papel significativo nesse cenário.
No entanto, a arrecadação também foi influenciada por desonerações concedidas no Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre combustíveis, o que teve um efeito negativo no resultado. Essas desonerações, embora destinadas a aliviar o custo para os consumidores, reduziram a receita tributária do governo neste período específico.
O balanço entre os fatores que impulsionam e restringem a arrecadação destaca a complexidade do sistema tributário e sua sensibilidade às mudanças legislativas e econômicas. A Receita Federal continua acompanhando de perto estes desenvolvimentos para fornecer análises sobre a economia brasileira.
Lucro e arrecadação de empresas
A Receita Federal informou também que a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) totalizou R$ 91,7 bilhões em janeiro. Esse montante representa um aumento real de 1,24% em relação ao mesmo período de 2023.
O desempenho foi impulsionado por diversos fatores, sendo os aumentos reais de 11,14% na arrecadação da declaração de ajuste, referente aos eventos ocorridos ao longo de 2023, especialmente notáveis no setor de empresas financeiras. Além disso, a arrecadação do lucro presumido também teve um incremento de 4,92%, enquanto a arrecadação da estimativa mensal registrou uma queda de 3,42%.
O Fisco destacou que contribuíram para esse resultado pagamentos atípicos no valor de R$ 4 bilhões, provenientes dos resultados apresentados por diversas empresas, especialmente as do setor financeiro. Esse valor representa um aumento em relação aos R$ 3 bilhões registrados em janeiro de 2023.
Rendimentos de fundos exclusivos
No mês de janeiro, a arrecadação fiscal recebeu um impulso, com um recolhimento adicional de R$ 4,1 bilhões do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre Rendimentos de Capital, provenientes da tributação de fundos exclusivos. Este aumento na arrecadação contrasta com o mesmo período de 2023, quando tal recolhimento extra não ocorreu.
Essa mudança na arrecadação de impostos está diretamente ligada à legislação recente que altera o tratamento tributário dos fundos de investimento fechados e dos rendimentos obtidos no exterior por meio de offshores. A lei correspondente foi sancionada em dezembro do ano passado, visando aprimorar a tributação dessas modalidades de investimento e garantir uma maior equidade fiscal no sistema.